terça-feira, 26 de janeiro de 2021

ÁLBUNS DE DANCE / ELETROPOP MAIS RECENTES QUE MERECIAM MAIS ATENÇÃO

ÁLBUNS DE DANCE / ELETROPOP MAIS RECENTES QUE MERECIAM MAIS ATENÇÃO

A Dance Music se encontra igual ao Rock, ficou isolada a nichos específicos, é mais complicado de ver o gênero no mainstream atualmente. 

O dance/electro "cantado" de hoje são desses artistas indies que não ligam pra charts, só querem fazer um trabalho autêntico.

Até a Lady Gaga tentou resgatar o dance-pop dos anos 2000, com o álbum "Chromatica", mas não fez tanto barulho quanto a gente esperava.


Mas vale a pena apoiar estes artistas, pelo talento, pela perseverança e por acreditarem na Dance Music, independente do sucesso:

 

GRIMES - MISS ANTHROPOCENE (2020)

Com uma temática apocalíptica, Miss Anthropocene é um resumo e uma mistura de tudo que Grimes vem trabalhando desde o icônico Visions (2012). Sendo um álbum bem mais sombrio e sóbrio que o colorido Art Angels (2015), a diversidade de ritmos define a obra ao mesmo tempo que mantém sua base eletrônica-pop-experimental. Há elementos dos sons etéreos de Visions (So Heavy I Fell Through the Earth, Violence), como o rock e o acústico de Art Angels (Delete Forever, My Name is Dark) fazendo com que o álbum seja o que melhor define a obra da produtora em sua totalidade sem soar repetitivo.


 




ROBYN - HONEY (2018)

Honey é fruto de toda a experiência que Robyn vem adquirindo no dance/electropop desde o bem sucedido Robyn (2005). Lançado oito anos após o maravilhoso e influente Body Talk (2010), Robyn reafirma sua identidade artística ao mesmo tempo que parte de uma estrutura completamente diferente. Assim como seus antecessores, Honey (2018) é um álbum dançante com letras profundas e melancólicas, mas diferente do antecessor, que se revelava barulhento, atual e muito próximo do que artistas como Lady Gaga e Rihanna faziam no período, Honey possui uma estética musical minimalista e contida, além de forte influência do post-disco dos anos 1990. Diria que é o álbum mais interessante da cantora e compositora sueca até o momento.


 






CHARLI XCX - HOW I'M FEELING NOW (2020)

Rejeitada por muitos por conta do uso excessivo de auto-tune nos seus últimos álbuns, o que caracteriza a cena da PC Music que surgiu com a gravadora de mesmo nome e da despretensão típica do dance-pop dos anos 2000 de Britney Spears no qual a cantora assumidamente se baseia, How I’m Feeling Now surge para dar uma nova perspectiva para Charli em sua obra quando a cantora se desafia a tratar de temas mais complexos. Além de dar continuidade ao pop experimental que adotou desde o lançamento do EP Vroom Vroom (2016), Charli se mostra mais sensível e mais intimista, efeito colateral da quarentena imposta pela pandemia de COVID-19 talvez, mas sem deixar de lado a leveza que caracteriza sua obra desde sempre.


 






JESSIE WARE - WHAT'S YOUR PLEASURE? (2020)

Qual é o seu prazer? A disco-nostalgia ainda é uma tendência no pop mainstream desde o início da década de 2010, mas Jessie Ware consegue dialogar com o passado sem soar repetitiva ou como uma previsível reciclagem do que seus mestres produziram durante as décadas de 1970 e 1980. Bastante similar ao trabalho de Robyn no maravilhoso Honey (2018), What’s Your Pleasure? consegue criar um ambiente dançante ao mesmo tempo que apresenta um lado mais sentimental e intimista da artista britânica, tudo isso soando original e criativa. É o seu disco mais coeso e consistente, pois não divaga entre vários ritmos diferentes como os antecessores (Devotion, Glasshouse), mas também não soa cansativo ou claustrofóbico, a artista britânica consegue prender a atenção do ouvinte do início ao fim da obra sem cair na superficialidade. 


 




RÓISÍN MURPHY - RÓISÍN MACHINE (2020)

Um pouco mais complicado de ser compreendido do que as obras que tanto bebem da fonte do eurodisco dos anos 1980 e 1990, Roísín Machine é um disco feito para ser digerido aos poucos. A cada faixa, a cada instrumental, a obra se faz mais interessante. A artista irlandesa deixa de mão o imediatismo e exige do público não apenas o consumo, mas a curiosidade de desvendar uma obra que não deve ser apreciada como se fossemos jovens adolescentes implorando para serem entretidos, mas como algo que exige atenção e paciência mesmo que entregue faixas acessíveis durante sua execução. O álbum soa como um dj set distorcido, original e criativo de uma festa disco dos anos 1980

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